segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Show de hip hop ou seria Rap??


Sábado depois de cortar uns dez cabelos, tatuar um indiano e fazer o jantar eu resolvi ir ao show de uma banda de Hip Hop dos Estados Unidos chamada Backlicious, na verdade é mais parecido com RAP, mas como aqui ninguém sabe a diferença entre um e outro tanto faz, desta vez eu estava sem carro e tive que ir de ônibus. Mas ao contrario do que acontece no Brasil os ônibus por aqui respeitam os horários, quase que perfeitamente, eu digo quase, pois o erro é de dois minutos ou menos, e os horários são meio malucos tipo 10:21, ou 9:14, confesso que nos primeiros dias quando eu ia pegar o ônibus e consultava a tabela de horários duvidava que realmente isso fosse possível, mas acredite, é.
Enfim, lá estava eu esperando o ônibus, havia meia hora, e nada, resolvi consultar a tabela de horários, eram 11:00 da noite e de acordo com a tabela o ônibus passaria as 11:10, eu ali sozinho, volta e meia passava uns bêbados, perguntavam umas coisas que eu mal entendia já que são eles falam rápido, tentem imaginar isso enrolado, 11:08 e nada de ônibus, e eu ali duvidando que o motorista chegaria na hora marcada na tabela, eis que 11:09 começa a sair gente de tudo que era beco, grupos de pessoas cambaleando e falando alto, e em uma fração de um minuto o ponto estava cheio de gente bêbada e feliz e por fim 11:10 o ônibus chegou no ponto.
Os ônibus aqui não têm cobradores, esse serviço é feito pelo próprio motorista, que também é responsável por ajudar os deficientes, mas isso é feito sem grandes dificuldades uma vez que tudo na cidade é preparado para deficientes visuais, auditivos e cadeirantes, a começar pelos ônibus que são tipo “LowRiders”, ou seja quando param nos pontos a suspensão faz com que o ônibus abaixe e fique na mesma altura da guia e como não há degraus fica simples o acesso.
Os semáforos possuem um sinal sonoro e vibratório, no caso dos deficientes auditivos e visuais basta tocar a mão no poste do cruzamento e sentir uma vibração pausada, se a vibração ficar contínua isso significa que ele pode atravessar agora não me pergunte onde eles aprendem isso que ai eu já não sei.
Por fim entramos todos no ônibus e já somávamos umas trinta pessoas, e a cada ponto, subia mais gente bêbada, e parecia que todos se conheciam, uma zona só, e eu ali rachando de rir com os Kiwis, Chineses, Indianos e tudo que era raça, em meio as batucadas e gritos o motorista parou no meio do trajeto na Motor Way e pediu pra uns Kiwis jogarem fora a bebida, pois aqui não é permitido beber em lugares públicos, tipo filme americano onde você tem que esconder a garrafa num saco de papel, é bem isso mesmo, após isso a viagem seguiu quase que normal, eu nunca tinha pego o ônibus aquela hora da noite achei massa.
Cheguei ao centro e fui direto pra Cuba Street num bar chamado San Francisco, e pela primeira vez na vida vi um show de RAP para um publico de gente loira e de olhos azuis, bem diferentes daqueles que eu costumava ver no Vale do Anhangabaú hahahaha, mas primeiro mundo é outra coisa, tudo diferente e surpreendente o dia que não for mais eu mudo de novo.
O show foi bacana, as back’in vocals cantavam muito e uma delas usava uma camisa do Obama que muito provavelmente será o primeiro presidente afro-descendente dos Estados Unidos se a KKK não fizer nenhuma atrocidade, já o segundo vocalista (sim eram dois um negro e outro branco) usava uma camisa do OBEY, um cara de NY que faz uns trabalhos em cartazes bem bacanas e muito ideológicos que a Banda Questions de São Paulo ajudou a divulgar no Brasil. Antes de ver Blacklicious eu só havia visto duas bandas de RAP Americanas, Pubic Enemy e Cypress Hill, e essa não decepciona, valeu a pena.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Tattoos e Hot Rods


Em todo o mundo a Nova Zelândia é conhecida pela sua cultura Maori, sua geografia que proporciona inúmeras idéias para diferentes esportes entre outras coisas, antes de chegar eu ficava imaginando um monte de coisas a respeito das tatuagens, coisas como pessoas tatuadas por todo o canto, vários Maoris com “mocos” espalhados pelo rosto, mas confesso estar decepcionado, o povo maori assim como os Aborígenes na “Ozzy” foram resumidos a massa pobre e a maioria vista como um peso para o país, já que o governo paga pensão referente ao número de filhos, tipo o Bolsa Família do governo Lula, ou eu não sei onde procurar ou os Kiwis dominaram as tatuagens por aqui, dos três estúdios que eu passei procurando por informações, os tatuadores eram Kiwis, as tatuagens maoris são feitas em Estúdios comuns, de pouca qualidade e uma higiene razoável, o meu estúdio era melhor, mais limpo e mais organizado, daí eu me pergunto, onde está a parte cultural das Tatuagens Maoris, que fizeram a fama em todo mundo¿ Pelo menos aqui em Wellington ela não está tão presente, mas vou continuar procurando.
Esse mês vai rolar um encontro de admiradores da cultura Hot Rod e Tattoo, lógico que eu vou conferir, além de se perto de casa eu tenho que ver isso de perto, num acredito que chegue pero da convenção de Osasco, vamos esperar pra ver.
Por incrível que pareça a cena Hot Rod e Custom é muito nas cidades mais afastadas, nos finais de semana ensolarados é possível ver vários carros antigos circulando pelas cidades, e o melhor: todos em excelente estado, não vejo a hora.

New zeelaaaaaaaaaaaaaaa


Todos os dias faço e desfaço planos, acordo pensando em ficar por aqui cinco anos e de tarde já quero voltar pro Brasil, é assim com todo mundo que está longe de casa se submetendo a um ritmo bem diferente do habitual, Wellington é uma cidade pequena apesar de ser a Capital da Nova Zelândia possui apenas 300 mil habitantes, a mesma população da cidade do Guarujá, litoral de São Paulo, é tudo muito diferente a começar pela limpeza da cidade, as ruas extremamente bem conservadas para comportar as Lamborghinis, Porches, Hummers e muitos outros carros que se vê facilmente por aqui. A cidade é considerada extremamente segura e percebe-se isso pelos “Fast-cash” espalhados por todos os lugares, aqui você pode sacar mais de mil dólares a qualquer hora do dia ou da noite e sair contando o dinheiro pela rua tranquilamente.
Nos finais de semana os “Pubs” se enchem de jovens que consomem uma grande quantidade de álcool, e o mais engraçado de tudo isso é que as mulheres não ficam pra trás quando o assunto é beber, depois das três da madrugada é possível ver grupos de garotas bêbadas perambulando pelas ruas ou pegando taxis para voltar pra casa, já que o policiamento é bem ostensivo e muita gente já perdeu sua suada carta “Full”, digo suada porque eles tem três tipos de carta, e a primeira pode-se tirar com 15 anos de idade, é a chamada “Learning”, e até chegar na full dá um trabalho danado, alem da multa claro.
Moro a vinte minutos do centro, e nos dias de transito caótico chego a levar trinta minutos de casa até a o centro de Wellington, mas isso quase nunca acontece.
Há pelo menos 30 pistas de skate espalhadas pela cidade, de todos os tipos e tamanhos, ciclistas por toda parte o que eu mais me espanto, pessoas correndo mesmo com um frio de 7 graus ou na chuva, vá ser saudável assim lá na PQP.
O ar é considerável um dos mais puros, porém a camada de ozônio por aqui já quase não existe, na televisão os anúncios para prevenção ao câncer de pele no verão são constantes, isso se deve a alta produção de CFC dos países mais desenvolvidos, agora não me pergunte por que a Nova Zelândia pagou por isso.
O sistema econômico está estável e o dólar subindo em comparação a nossa moeda, e o sistema de impostos é bem diferente do qual acostumamos a viver, a vantagem: os impostos não são embutidos nos produtos, desvantagem: são embutidos no seu salário, é isso mesmo, de 20 a 25% do que se ganha o governo garfa, mas pelo menos é possível perceber onde está indo seu dinheiro. Porem o estado enfrenta um grande problema, a Migração de seus melhores profissionais para o mercado Australiano, há uma pesquisa que diz que toda semana pelo menos 600 Kiwis, migram para a Austrália em busca de melhores salários, já que por lá se paga pelo menos o dobro e com taxas menores, isso explica o médico que me atendeu no Hospital publico ser um Indiano, nossa, foi uma luta pra eu me comunicar, imagina eu me lascando pra compreender o sotaque dos Kiwis e derrepente tenho que decifrar um sotaque novo, caraca foi complicado.
Na emergência eu esperei por três horas o atendimento, achei um absurdo, parecia que eu estava no Pronto socorro de Pirituba, ao todo fiquei no hospital seis horas, com o joelho que parecia que tinha Elefantíase, sai de lá revoltado com o atendimento, mas o que os caras não tem de médicos eles tem de recursos e organização, dias depois chegou em casa uma carta com data e hora para meu retorno e acompanhamento médico, ai eu vi vantagem. Tudo com hora marcada, médicos a minha espera, e uma sala de fisioterapia e exercícios beeeeem legal, agora espero que meu joelho se recupere logo.
é noisssssss

Oque é o amor Anárquico
Sabe aquele sentimento que temos por um grande amigo, ou até mesmo por um cônjuge, onde dividimos tudo, e não impomos nada um ao outro, onde não há um líder declarado, cada um desempenha a sua tarefa pensando no bem do próximo, sabendo que isso irá gerar um bem próprio, como o amor de uma mãe pra um filho, sabendo que todo esse amor voltará a seu favor e mesmo que não volte ela sabe que não foi em vão, pois isso é o que eu chamo de Amor Anárquico, onde as pessoas não esperam o retorno, pois acreditam que isso irá acontecer, e são conscientes de que se não acontecer, fizeram o que é comum na natureza, isso é anarquia, esse é o mais perfeito sistema, porem não funciona sem Amor, o Amor Anárquico não é um investimento, é uma forma de viver sem medo, sem angustias, em uma sociedade segura, parece utopia, mas não é você vive isso dentro de seu grupo de amigos, com sua esposa e seus filhos, mas não consegue expandir, pois não sente o mesmo amor pelos estranhos que passam por você todos os dias, e isso é normal e perfeitamente aceitável, eu compreendo e também não consigo desenvolver amor por pessoas que não conheço, mesmo sabendo que isso é o mais sensato a fazer, temos medo de sermos passados pra trás, são tantas histórias que escutamos e todos sabemos que seres humanos não têm limites, mas se as pessoas que conheço tiverem consciência de que elas já praticam o Amor Anárquico dentro de seus pequenos ciclos de amigos ou familiar poderemos compartilhar do mesmo sentimento de felicidade que eu e meus amigos compartilhamos há muitos anos, se for possível pra você viva esse sonho.